OS JULGAMENTOS DE NUREMBERG
UMA ANÁLISE DA CONTIGÊNCIA NA HISTÓRIA
Palavras-chave:
JULGAMENTO DE NUREMBERG; HISTÓRIA; NAZISMO; DIREITO À VERDADE; GUERRAResumo
A história da humanidade é marcada por eventos contingenciais fruto de uma ordem caótica ao qual, por muitas vezes, resultou em conflitos militares de terríveis proporções. No entardecer da primeira metade do século XX, o mundo se postou a mergulhar nos horrores ocorridos no segundo longo conflito europeu que, direta ou indiretamente, arrastou todo o globo para a guerra. Nuremberg não é um fim em si mesmo, o julgamento representa também uma importante análise visceral de um Estado totalitário, contendo mecanismos de funcionamento complexos em uma linha de estado moderno direcionado para uma política de conquista internacional, desprezando todas as regras existentes no campo do direito internacional tendo como único objetivo o fortalecimento do Estado Alemão e o partido nazista. Nuremberg apresenta o ponto de ruptura na análise fática da história dos conflitos e das guerras, pela primeira vez, líderes mundiais se propuseram de maneira sistemática a entender a sucessão de eventos contingenciais na história. Para muito além dos procedimentos judiciais instalados na possibilitação de acusação e defesa, respectivamente, produzirem elementos de condenação e inocência, Nuremberg representa, através do procedimento em contraditório, uma série inegável de eventos patrocinados, fomentados e orquestrados por vários homens em diferentes posições governamentais não apenas na Alemanha, mas também nos países ocupados. Nuremberg mostra também a falha dos vencidos e a tentativa de implementação ao direito ao esquecimento pelo Vaticano. A política vigente à época também macula o escopo de responsabilização, deixando de fora vários outros elementos, mostrando também o que perdemos (ou o que deixamos de ganhar) com Nuremberg. Para muito além dos 23 (vinte e três) indiciados, ex-líderes nacionais representantes de quase todas as organizações civis e militares da Alemanha, agora alquebrados no banco dos réus na sala nº 600 do Palácio da Justiça, Nuremberg possibilita a análise dos motivos que ligaram esses homens para realizarem de forma orquestrada o assassinato de milhões de pessoas no vasto continente europeu. O estudo sobre os julgamentos de Nuremberg, pela abundância de informações, ainda carece de várias análises, extremamente pertinentes principalmente ao estudo da história, da ciência política e ao estudo do direito internacional. Por se tratar de um procedimento judicial, os elementos bibliográficos representam a principal e valiosa ferramenta de pesquisa.