A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA COMO VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DAS MULHERES NEGRAS NA CONTEMPORANEIDADE

Autores

  • Carla Vladiane Alves Leite UNAERP
  • Marina dos Santos Martins Camargo UNAERP

Palavras-chave:

Violência Obstétrica, Mulheres Negras, Resistência

Resumo

 A violência obstétrica atinge 1 em cada 4 mulheres no Brasil, há muita falta de técnicas como anestesias, muita impaciência, entre outros erros e ausências cometidos contra as mesmas. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 27% das mulheres negras tiveram acompanhantes durante seu parto; 62,5% foram orientadas para a importância do aleitamento materno; e 62,8% das mortes maternas são de gestantes negras. A violência obstétrica é o desrespeito à mulher, à sua autonomia, corpo e aos seus processos reprodutivos, manifestando-se de maneira verbal, física ou sexual e pela adoção de intervenções e procedimentos desnecessários e/ou sem evidências científicas. Isto ocorre em decorrência do racismo estrutural que criou estereótipos de que a mulher negra é física e psicologicamente forte, tem quadris mais largos e não precisam de tanto acolhimento, afetividade e atenção. O corpo da mulher negra brasileira, desde o período colonial, é visto como exótico, lascivo, malemolente, à disposição. Estatisticamente, tem-se que as mulheres negras são as maiores vítimas de racismo e machismo obstétrico no Sistema Único de Saúde, o qual, apesar de ser um dos maiores e melhores sistemas de saúde do mundo, ele é composto por atores sociais que refletem o racismo estrutural da sociedade. Uma das faces do machismo e racismo estrutural no país é sabermos que 62,8% das mortes maternas são de gestantes negras. Portanto, a temática é de extrema relevância e urgência, tendo e vista que são violências que ultrapassam o limite do controle estatal. Para tanto será feita análise para identificar as agressões pré, durante e pós parte sofridas pelas mulheres negras gestante dentro e fora do Sistema Único de Saúde, a fim de reduzirmos tais opressões e desumanizações históricas. A partir da ótica apresentada e dado esse quadro a pesquisa tem como objetivo discutir as lutas e resistências das mulheres para identificar e superar a violência obstétrica a partir da análise de dados das bibliografias nacionais e internacionais com enfoque na problemática brasileira, trabalhando com situações práticas do Sistema Único de Saúde e da sociedade.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On83 - MULHERES: RESISTÊNCIAS, LUTAS E MEMÓRIAS