VULNERABILIDADE SOCIAL E OS IMPACTOS NA VIDA DE PESSOAS COM DOENÇA FALSIFORME SOB A ÓTICA DOS DIREITOS HUMANOS

Autores

  • Regina Maura Rezende

Palavras-chave:

Doença Falciforme. Políticas Públicas. Vulnerabilidade Social. Exclusão Social

Resumo

O estudo traz a Doença Falciforme e a realidade a qual vivem as pessoas acometidas pela doença, e a exclusão com a insuficiência de direitos e oferta de políticas públicas (e sociais) no Brasil. O objetivo consistiu em discorrer sobre os impactos sociais causados pela Doença Falciforme por meio da metodologia de pesquisa bibliográfica e observação junto a pacientes de um hospital público do Estado de Minas Gerais no Brasil. A Doença Falciforme, nome dado ao grupo de alterações genéticas cuja característica principal é a herança do gene que produz um tipo alterado de hemoglobina S, faz parte do grupo de doenças que afeta a população afrodescendente, e seus impactos geram exclusão, dificuldade de permanência no ambiente educacional, dificuldade de inserção e permanência no mercado de trabalho, fortes impactos e estigmas quanto à saúde e vida reprodutiva, dentre outros impactos segregadores e excludentes. No Brasil, a doença distribui-se heterogeneamente pela miscigenação, comum à população negra, logo às populações vulneráveis, de baixo poder aquisitivo, e de repercussões das expressões da questão social, e, precário alcance de políticas públicas e sociais. As condições de saúde e vida das pessoas com Doença Falciforme são extremamente prejudicadas, seja pelo processo de reclusão promovida por longos períodos de hospitalização, seja pela dificuldade de acesso a trabalhos salubres, requisito essencial às pessoas quando no mercado de trabalho; trabalho insalubres com exposição ao frio, às chuvas, e ao calor em excesso são determinantes para o ingresso e reingresso às hospitalizações. O cuidado do doente falciforme em situação agravada sempre requer intervenção em instituições especializadas ou hospitais. Assim, a exclusão é o desafio a ser enfrentado pelas pessoas já vulneráveis à doença, e reforça estigmas sociais e ausência de direitos humanos, que devem ganhar o panorama de prioridade das políticas públicas como forma de garantias mínimas às populações historicamente já marginalizadas, e que ainda permanecem sujeitas à segregação e exclusão social.

Biografia do Autor

Regina Maura Rezende

Assistente Social. Graduação em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1991), Filosofia (2004), Pedagogia (2010) especialista pela Universidade de Brasília UNB em Serviço Social e Políticas Sociais, mestrado em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998) e doutorado em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004), Doutorado em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2009) . Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM, Tutora da Programa de Educação Trabalho PET - Saúde Mental (2010 a 2014). Tutora do Programa de Educação Tutorial PET Serviço Social (2019) UFTM. Avaliadora de Curso e Institucional do MEC SINAES/INEP (2004) e Conselho Estadual de Educação - CEE/SP (2006). Avaliadora Ad Hoc da Secretaria de Estado de Educação e do Esporte de Alagoas e Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais (Conselho Estadual do Estado de Minas Gerais). Tem experiência na área de Serviço Social, Educação e Saúde, com ênfase principalmente nos seguintes temas: direitos humanos, saúde pública/coletiva, saúde mental , Dependência - Álcool e Drogas, saúde e qualidade de vida, saúde do trabalhador, cuidado paliativo; educação em saúde; educação e cidadania.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO P31 - SAÚDE E DIREITOS HUMANOS