O MOVIMENTO ECOFEMINISMO E AS MULHERES CAMPONESAS NOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Autores

  • Lorena Moreira UFG

Palavras-chave:

GÊNERO; MULHERES CAMPONESAS, ECOFENISMOS, CONFLITOS AGRÁRIOS.

Resumo

Resumo: Justificativa: Os conflitos agrários estão relacionados seja na relação injusta do modelo hegemônico para com os subalternos, seja na resistência das mulheres camponesas contra o avanço do capital no campo através dos atos de protesto contra as monoculturas. Há uma batalha para averiguar quais práticas e quais pessoas são superiores ou inferiores. Essa classificação é - mais uma vez - um reflexo do modelo social, político e econômico que se baseia na desigualdade de gênero e de classe. Práticas assim são combatidas teórica e empiricamente pelo ecofeminismo, posto em prática pelas ações estudadas da Via Campesina e suas corajosas mulheres camponesas. Hipóteses: Ressalta-se que o viés deste trabalho não é rotular os movimentos sociais das mulheres camponesas como ecofeministas, caso assim elas mesmas não se identifiquem, mas observar o fenômeno sob este ponto de vista teórico. Em razão da importância das mulheres na proteção do meio ambiente é que as Nações Unidas incluíram a igualdade de gênero e o empoderamento feminino nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), demonstrando um reconhecimento internacional.Objetivos Geral: o presente trabalho objetiva analisar os conflitos no meio rural, com destaque à resistência das mulheres. Traz-se como exemplo as mulheres da Via Campesina. Os objetivos específicos: compreender a importância da mulher na proteção do meio ambiente e da igualdade de gênero, a partir dos ODS; compreender o movimento do ecofeminismo, examinando os fatores que fortalecem as ações coletivas e a resistências das mulheres camponesas, a partir dos conflitos rurais e da agroecologia; e estudar o Movimento de Mulheres Camponesas e especialmente o caso da Via Campesina.Método: Neste trabalho utiliza-se do método dedutivo, da pesquisa monográfica combinada com técnica bibliográfica e documental.Resultados: Como um movimento nacional, organizado em estados (grupo de base, direções regionais e estaduais, coordenação nacional, direção executiva), o Movimento de Mulheres Camponesas reforça lutas de classe e de gênero que estavam em curso, mas se insere também em con[1]textos de lutas na direção do que aponta a Via Campesina. A construção do MMC remete a um processo e se faz na direção da unificação e fortalecimento de lutas históricas, conforme apresentado pelo próprio movimento. Em âmbito nacional, o MMC defende que “consolidar o MMC, a partir da ótica feminista e camponesa é fortalecer a luta dos trabalhadores e trabalhadoras” (MMC-Brasil, 2005a). Conclusões: A Via Campesina é um movimento social internacional de cam[1]poneses e camponesas. Trata-se da união dos pequenos e médios produtores rurais, sejam homens, mulheres, jovens, sem-terra ou indígenas. É um movimento autônomo, plural, multicultural, independente, ausente de filiação política ou econômica que surge para defender os interesses de seus membros.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On83 - MULHERES: RESISTÊNCIAS, LUTAS E MEMÓRIAS