MULHERES

RESISTÊNCIAS, LUTAS E MEMÓRIAS IMPACTOS NA HISTORICIDADE DA MULHER NA BUSCA DA EMANCIPAÇÃO POR MEIO DA EDUCAÇÃO, DE LUTAS E RESISTÊNCIAS

Autores

  • Angélica Maria Alves Vasconcelos Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Palavras-chave:

EDUCAÇÃO; MULHER; CULTURA; RESIDUAL; EMERGENTE.

Resumo

No Brasil, as mulheres só conquistaram o direito de estudar, além do ensino fundamental, em 1827, a partir da Lei Geral, promulgada em 15 de outubro. O direito de frequentar uma instituição universitária veio apenas em 1879 (as candidatas solteiras tinham que apresentar licença de seus pais; e as casadas eram obrigadas a ter o consentimento por escrito de seus maridos). Sem dúvida alguma, isso foi essencial para garantir a emancipação feminina. A educação voltada às mulheres era exclusivamente dirigida aos cuidados com o lar e às famílias. Retomando a história, no Brasil Colônia, persistiam as influências de Portugal, que, em uma de suas leis, estabeleceu as pessoas do sexo feminino como imbecilitus sexus (sexo imbecil), grupo ao qual ainda pertenciam as mulheres, as crianças e doentes mentais. Excluídas deste processo de formação escolar implantado na fase do Brasil Colônia, as mulheres estavam sujeitas a mandos e desmandos a todo momento. Com acesso limitado apenas às aulas de catequese, no século XVII, elas passaram a frequentar as atividades vinculadas aos conventos, mas que eram restritas a aprendizados como costura e bordado, além de boas maneiras e ensino religioso. Neste contexto, a presente reflexão objetiva mostrar os impactos, as lutas e resistências das mulheres para sua emancipação. Entendemos que a educação das mulheres  continua sendo fator crucial na evidência da inserção das mulheres na sociedade, buscando adquirir direitos e livrar-se da opressão. Todavia o direito á escolaridade foi negado às mulheres pelos fatores históricos e culturais da sociedade machista. Raymond Williams, autor britânico, em seu livro Cultura e Materialismo (2011) discorre sobre aspectos da cultura fazendo com que ainda hoje perceba que há resíduos da cultura patriarcal e opressora na sociedade. O autor diz"por residual quero dizer que algumas experiências, significados e valores que não podem ser verificados ou não podem ser expressos nos termos da cultura dominante são, todavia, vividos e praticados como resíduos – tanto culturais quanto sociais – de formações sociais anteriores," (WILLIMS,2011, p.56) Por um lado, vemos ainda desigualdades sociais e a vulnerabilizarão de meninas e mulheres à violência, principalmente no contexto doméstico e familiar. No livro “Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens”, Nísia Floresta, (1989) apresentou tradições e costumes da sociedade para lançar essa obra, que contesta o mito da superioridade masculina e coloca em xeque a visão deturpada sobre a capacidade intelectual e liderança feminina. Por outro lado, Raymond (WILLIAMS,2011, p.57) se refere: “Por emergente quero dizer, primeiramente, que novos significados e valores, novas práticas, novos sentidos e experiência estão sendo continuamente criados”. A partir do momento em que a mulher percebe, através da educação, a oportunidade de relacionar seus constrangimentos, com sua realidade, buscando compreendê-la cada vez mais e fazendo com que o processo de ensino-aprendizagem se torne algo significativo, libertando-se de crenças negativas construídas ao longo de sua história. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica referente á busca da emancipação feminina na educação, como sendo as condições  de possibilidades da conquista  de novas oportunidades  por meio da resistência  aos processos  de dominação.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On83 - MULHERES: RESISTÊNCIAS, LUTAS E MEMÓRIAS