DESAFIOS DA IGUALDADE DE GÊNERO NA POLÍTICA
IDEOLOGIA, DOMINAÇÃO E VIOLÊNCIA DISCURSIVA
Resumo
Apesar dos avanços perpetrados ao longo dos séculos XX e XXI para os direitos das mulheres, a luta por igualdade de gênero e pelo seu reconhecimento ainda se coloca como uma constante, persistindo desafios que são responsáveis por limitar a participação feminina na esfera político-partidária Ao notar que essa seara, embora existente na contemporaneidade, possui origem numa histórica contenda entre homens e mulheres – a qual nasce no campo linguístico e permeia seus efeitos na práxis social –, o presente artigo destina-se à análise jurídico-sociológica das relações entre ideologia, dominação simbólica e violência de gênero na política. Fulcrado na tese de que a ideologia influencia os valores, crenças e discursos viventes em uma sociedade, por meio da investigação in fine, buscar-se-á entender como as ideias e as disputas de poder no campo simbólico têm moldado a marginalização feminina no âmbito político-estatal. A relevância dessa temática se baseia na necessidade de compreender e denunciar a estruturas opressivas vigentes hodiernamente, de modo a contribuir e buscar soluções que promovam a equidade de gênero e o respeito aos direitos fundamentais das mulheres na arena legislativa. Para essa dissertação, utilizar-se-á o método hipotético dedutivo de Karl Popper, de modo que algumas hipóteses serão levadas em consideração para que seja verificado o grau de falseamento e/ou veracidade concernente, bem como o tipo de pesquisa bibliográfico, especificamente análise documental, revisão referencial e estudos de caso. Destaca-se igualmente a importância da abordagem sociológica para compreender as dinâmicas simbólicas subjacentes a esses fenômenos. No que tange às hipóteses iniciais, parte-se das discussões teóricas e de uma análise prévia para estipular que a hierarquização de gênero se manifesta na política por meio dos atos de (1) degradar a imagem feminina, (2) interromper as suas falas durante os debates legislativos, (3) apropriar-se deliberadamente de seus projetos de lei, (4) propagar discursos de inferiorização feminina na política e (5) aproveitar-se do fundo eleitoral e/ou do tempo de mídia especificamente destinado às mulheres; infere-se precipuamente que tais perspectivas, inseridas num histórico complexo de poder e luta de classes, contribuem à realidade denunciada. Tais visões constituem o cerne da pesquisa, cujo propósito é avançar na compreensão do tema e contribuir para a promoção de mudanças que garantam a igualdade de gênero e o empoderamento feminino na área política.