O CAPITALISMO INDUSTRIAL, A INDÚSTRIA CULTURAL E OS DISCURSOS HEGEMÔNICOS EM CONFRONTO COM OS DIREITOS HUMANOS

DIÁLOGOS FRANKFURTIANOS

Autores

  • Cesar Pereira Martins Pontíficia Universidade Católica Puc - Goiás
  • Gessione Alves da Cunha Pontífica Universidade Católica PUC - Giás

Palavras-chave:

DIREITOS HUMANOS, SENTIDOS, SIGNIFCADOS, CULTURA, REIFICAÇÃO

Resumo

No Brasil, historicamente, frases como “direitos humanos só servem para proteger bandidos”, “Todas as vezes que se quer punir um bandido, aparecem os direitos humanos”, estão presentes nos discursos populares. A partir de 2016, duas outras expressões se tornaram slogans da extrema direita, “direitos humanos para humanos direitos” e “bandido bom é bandido morto”. Todas essas expressões movimentam o pensamento coletivo, construindo sentidos, como por exemplo, o vínculo entre “direitos humanos”, crime organizado e população carcerária, e personificando a Declaração Universal dos Direitos humanos de 1948, como se esta fosse um “indivíduo”, que está sempre à espreita para defender os grupos anteriormente citados. A Declaração Universal dos Direitos Humanos não é entendida como a materialização da luta histórica dos grupos dominados por direitos fundamentais, tais como igualdade jurídica e autonomia sobre o próprio corpo. A construção de sentidos impossibilita a crítica e promove a adesão ao sistema hegemônico que, historicamente, tem violado os direitos individuais; como exemplo, “44,5 % da população carcerária, no Brasil, são mantidos presos por meio de prisão provisória, ou seja, ainda não foram julgados” (MERELES, 2017) e “quase 35 milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto” (VASCO, 2022). Isso leva à construção de sentidos e significados que obscurecem as condições materiais – a violação de direitos – que levaram a comunidade mundial à proposição e adesão aos tratados internacionais, a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, a qual foi confirmada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de Viena, em 1993, que é o objeto de nossas reflexões. Tomamos como referencial teórico para nossas reflexões os autores frankfurtianos. Em Adorno e Horkheimer (1985, p. 104) encontramos a afirmação “O mundo inteiro é forçado a passar pelo filtro da indústria cultural” e, como este filtro uniformiza as ideias e significados, será o primeiro ponto de nossas reflexões. O segundo se encontra em Adorno (1986, p. 68), “por toda parte e para além de todas as fronteiras dos sistemas políticos, o trabalho industrial tornou-se o modelo de sociedade”. Aqui será problematizada a reificação da consciência produzida pelo modelo de produção capitalista que, ao associar toda a vida aos padrões tecnicistas, produz o sempre igual, a totalidade que a tudo fagocita, anulando o sujeito.

Biografia do Autor

Cesar Pereira Martins, Pontíficia Universidade Católica Puc - Goiás

César Pereira Martins é graduado em Matemática pela Universidade Federal de Goiás. Mestre em Matemática, com área de concentração no ensino básico, pela Universidade Federal de Goiás. Doutorando em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás PUC – Goiás, na Linha de Pesquisa: Educação, Cultura e Sociedade. Membro do Núcleo Estudos Críticos e Educação: Aspectos Éticos, Estéticos e Socioculturais: Perspectivas Contemporâneas. Trabalha com os temas: educação e formação humana; educação e emancipação; educação contra a barbárie. Professor do ensino básico há 30 anos, em instituições públicas e privadas. Diretor acadêmico, há 15 anos, nas escolas do Grupo Fractal – Goiânia – Goiás. Professor formador dos profissionais docentes da educação infantil e ensino fundamental do Grupo Fractal.  

Gessione Alves da Cunha , Pontífica Universidade Católica PUC - Giás

Gessione Alves da Cunha é graduado em Ciências e Humanidades Clássicas pela Universidad de Salamanca, Espanha. Licenciado em filosofia e Bacharel em teologia pela Università Europea di Roma, Itália. Licenciado em pedagogia pelo Centro Universitário Ítalo Brasileiro. Licenciando em Ciências Sociais pelo Instituto Federal de Goiás. Pós-graduado em Educação e família pela Universidad de Los Andes, Chile. Pós-graduado em docência universitária pela Faculdade Católica de Anápolis, Goiás. Mestre e doutorando em Educação pela PUC Goiás. Bolsista Prosuc/CAPES.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On43 - PERSP. DO PASS., PRES. E FUT. PARA CONST. DE NOV. NARR. SOBRE DH