PROTÓTIPO REGIONAL DO ÍNDICE OLGA KOS DE INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Palavras-chave:
Inclusão, Índice, Pessoa com deficiência, BrasilResumo
O Protótipo Regional do Índice Olga Kos de Inclusão das Pessoas com Deficiência - IOKI_PCD tem como objetivo produzir um instrumento que possibilite a identificação do perfil e o grau de inclusão das pessoas com deficiência, de forma a caracterizar as principais barreiras à sua participação na sociedade. No desenvolvimento da investigação observou-se os eixos teóricos: Escolaridade, Trabalho, Renda, Participação em serviços de reabilitação e habilitação, Tecnologia Assistiva e Participação Social. Tomaram parte do estudo 150 pessoas com deficiência. A pesquisa foi feita por meio de diferentes técnicas de recolha de dados: questionário, grupo focal, entrevistas individuais, shadowing e escuta territorial. Para análise dos dados quantitativos do questionário utilizou-se de métodos estatísticos descritivos (frequência e percentuais) e Análise de Variância utilizando o Statistical Package for Social Sciences (SPSS). A análise dos dados qualitativos foi feita por meio da Análise de Conteúdo. Os resultados indicaram que a população estudada é caracterizada majoritariamente por indivíduos do sexo feminino, solteiros, com idade entre 30 e 59 anos, de cor branca, pertencentes à classe E e com deficiência intelectual. No que diz respeito ao eixo teórico Educação, identificou-se que a maioria dos participantes estuda em Escola Especial, sendo um dos motivos que explique o fato do grupo não ter vivenciado situações sucessivas de fracasso escolar (reprovação). Destaca-se a dificuldade da distância entre a escola e os domicílios, agravados pela insuficiência de transporte público. Para os que estudaram em escola regular, uma minoria apresenta sala de recursos e as que apresentam não são substancialmente acessadas pelo grupo. Referente ao Eixo “Trabalho e Renda”, o grupo investigado apresenta renda associada ao auxílio do Governo Federal. Apenas 2,74% têm espaço no mercado de trabalho. De modo geral, as funções desempenhadas envolvem baixa demanda cognitiva e com renda mensal predominante de até 1.5 salários mínimos. Dentre os que trabalham, 50% mudou de emprego nos últimos dois anos. Em relação à aceitação em convivência com pares, os ambientes de trabalho parecem ser caracterizados por harmonia e boas interações. Não foram identificadas promoções nas atividades profissionais. Todos indicaram relativa autonomia para o exercício das atividades laborais. o Eixo ao Acesso às Tecnologias Assistivas, o grupo fundamentalmente constituído por indivíduos com deficiência intelectual faz uso predominante de computadores, celulares, tablets, não se configurando uma necessidade de equipamentos específicos, o que poderia ocorrer no caso de outras deficiências. O Eixo “Acesso aos serviços de reabilitação e habilitação”, a população estudada carece em algumas situações de atendimento médico especializado e serviços de apoio específicos, normalmente, não é assegurado pelos SUS ou é custeado pela família. O Eixo da “Participação Social” identificou que a convivência é restrita, marcada pelas interações com os familiares e amigos mais próximos. Devido a processo de superproteção e falta de transporte. As instituições religiosas constituem-se no único espaço de interação externo ao núcleo familiar. As atividades culturais, de esporte e de lazer no grupo são muito reduzidas e as oportunidades são asseguradas por poucas organizações sociais. Por fim, a participação política é praticamente inexistente.