O RACISMO JOGA EM TODOS OS ESPORTES

Autores

  • Lavinia Crispim ESAMC

Palavras-chave:

XENOFOBIA, ESTRUTURAL, COR, RACISMO, ESPORTE

Resumo

“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho nos olhos, haverá guerra” – Haile Selassie. O racismo é algo estrutural presenciado na maior parte histórica desde o século XVI a XIX, são anos de luta e procura pelos direitos iguais, contudo, nos encontramos distantes do fim. Racismo é caracterizado pela discriminação racial fundada na falsa ideia de que existem diferenças entre negros e brancos, temas que podemos interligar ao racismo estrutural que é aquele presente na estrutura de uma sociedade que mantém os brancos em um nível de privilégios sobre os negros. Infelizmente muitas práticas racistas não são explicitas o que impede muitas vezes sua identificação, ele não se resume em um xingamento, ele está em atitudes do cotidiano como, policiais que perseguem negros nas ruas, escolas que separam negros de brancos, restaurantes que proíbem a entrada de negros, está na sociedade que se acha no direito de separar e julgar pessoas pela cor da pele. Outro tema relevante é a xenofobia que se caracteriza pelo preconceito e repúdio em relação a diferentes etnias, qual foi mais exposta no século XXI devido ao avanço da tecnologia. Quando o racismo e a xenofobia estão ligados o que predomina é o preconceito em relação à etnia, ou seja, a maior motivadora de ambos é a questão cultural. No presente simpósio tenho como intuito principal a explanação do racismo e xenofobia no esporte utilizando como tema o racismo que o jogador Vinicius Júnior, brasileiro que atua no Real Madrid vem constantemente sofrendo nos jogos de LA LIGA, desde 2018 foram nove ataques em um período de dois anos e sete meses. Os ataques que mais tomaram repercussão foram os de 2022 onde um repórter declarou “deixa de fazer macaquice” devido a Vinicius Júnior dançar para comemorar seus gols, em outro jogo a torcida jogou bananas no campo, e em uma só voz gritavam para que o jogador as pegasse. Recentemente em Maio de 2023 a torcida durante o jogo praticou ataques ao mesmo intitulando-o como “macaco” momento qual Vinicius Júnior se revoltou e foi expulso do jogo. É de entendimento geral que o esporte é um local que deveria ser um espaço exemplar de combate ao racismo, local de igualdade, mas o tema é ignorado pelas direções dos clubes e pela justiça esportiva. Outro caso importante foi o do capitão da seleção polonesa que em uma entrevista ofendeu ao povo iraniano dizendo que eles não devem ser considerados como um país visto que são pessoas condenadas, maliciosas e fatais. Até quando a justiça, os governos e as instituições educacionais deixaram o tema se estender, é momento de utilizar a globalização, a tecnologia e criar politicas públicas, regras, leis, programas educacionais e de defesa para que os praticantes do racismo se sintam encurralados, punidos e passem a respeitar todas as cores de pele e etnias, atitudes como um minuto de silêncio no inicio das partidas não é suficiente.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On70 - ANTIDISCRIMINAÇÃO E DIREITOS HUMANOS