VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

A FACE IGNORADA DA VIOLÊNCIA DE GENÊRO

Autores

  • Mariana Nunes Menezes UNAERP

Palavras-chave:

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA, IOLÊNCIA DE GENÊRO, PROBLEMA ESTRUTURAL, SUPREMACIA MASCULINA, VIOLÊNCIA À MULHER

Resumo

O presente artigo visa estabelecer, à luz da historicidade, como a violência obstétrica, fenômeno conhecido no século XXI, descende da violência de gênero, uma vez que essa condiciona e reduz a mulher a um útero que se reproduz ou se recupera da reprodução, de modo a definir violência de gênero e violência obstétrica; apresentar a violência obstétrica como uma manifestação além de um fenômeno do século XXI, interligando à historicidade; e explicar como a violência obstétrica passa despercebida por se manifestar de maneira sutil e, assim, interpretá-la como violência de gênero. Traça um panorama estrutural de violência, violência de gênero, violência obstétrica e seus resquícios não somente à mulher, mas como à toda sociedade, uma vez que atua apenas como uma engrenagem em uma estrutura muito maior e complexa. Destaca, assim, como a violência de gênero se apoia na determinação social dos papéis masculino e feminino; podendo ser observado, por exemplo, nas noções de heroísmo, a bravura e a força associadas à masculinidade e a sensibilidade, o sentimentalismo e a delicadeza associadas à feminilidade. Nesse sentido, instaura-se a ideia de superioridade do homem e, assim como Pierre (2012, s.p.) classifica, fomentando, desde a infância, um modelo de “dominação masculina”, induzindo a manifestação da supremacia sexista, evidenciado a forma como o pensamento social machista legitima o uso da violência, física ou verbal, para afirmar essa supremacia. No tangente à metodologia, para a construção da pesquisa foram utilizados os métodos qualitativo e post-facto, fundamentados em pesquisa bibliográfica e doutrinária, estabelecida através de seu caráter descritivo, uma vez que, assim como conceitua Appolinário (2011, p. 147), ela se fundamentará em “descrever o fenômeno observado, sem inferir relações de causalidade entre as variáveis estudadas”; e também de caráter explicativo, visto que, além de identificar os fatores, o estudo visará explicar o porquê da ocorrência da violência obstétrica (GIL, 2007).

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On83 - MULHERES: RESISTÊNCIAS, LUTAS E MEMÓRIAS