FORMAÇÃO ESPORTIVA E DIREITOS HUMANOS
UMA ARTICULAÇÃO NECESSÁRIA PARA A PROMOÇÃO DA CIDADANIA E SOLIDARIEDADE HUMANA
Palavras-chave:
Educação Física, Direitos Humanos, Formação EsportivaResumo
A questão dos direitos humanos tem ocupado espaços sociais em todas as partes do mundo consolidando a compreensão de que tais direitos afirmam-se como o conjunto de dispositivos jurídicos que visam reconhecer, afirmar e proteger a dignidade humana, bem como promover a igualdade de todas as pessoas. De outro lado, a sociedade globalizada tem manejado a indústria cultural dos esportes, em suas diversas modalidades e escalas, como um instrumento de produção do consumo e de inculcação dos valores do capital. Os esportes de alto rendimento têm sido um dos recursos de propagação das formas de reprodução da cultura consumista do capital e constituído uma conjunção de megaeventos de massa com finalidade ideológica. Os objetivos gerais da pesquisa vão na direção de articular a formação esportiva com o desenvolvimento teórico-prático da defesa e da promoção dos Direitos Humanos. Elevar a consciência comum, ideologicamente produzida, de considerar os Direitos Humanos numa estreiteza jurídica de natureza criminal, para reconhecer que todas as práticas sociais podem configurar espaços de desenvolvimento de uma ética universal dos Direitos Humanos. Trata-se de um estudo crítico de natureza histórico-bibliográfica. Nossa opção teórico-metodológica, como consequência de nosso referencial teórico-metodológico, anteriormente apresentado, caminha na direção de pesquisa histórico-crítica. Os esportes de alto rendimento correspondem a uma das mais gigantescas formas de produção de mais-valia e de exploração econômica da realidade atual. Além dessa natureza exploratória intrínseca os megaeventos esportivos expressam valores, mediações de conduta e de representação social de inculcação ideológica de reprodução das formas de viver do grande capital, seus interesses e sua natureza alienante. Os resultados parciais da pesquisa apontam para a alta sensibilidade dos jovens e das crianças para com a prática esportiva. A admiração e o encantamento com os megaeventos esportivos igualmente seduzem e caracterizam esses sujeitos aprendentes. A reflexão crítica, no campo da Educação Física, a decifração ideológica dos bastidores que marcam essas megaproduções, o questionamento político das contradições de nossas formas de viver e de apropriar-se das riquezas socialmente produzidas tem levado os jovens e os sujeitos aprendentes, no campo dos esportes, a assumir condutas e práticas de emancipação, de formação para o reconhecimento da dignidade de todas as pessoas.