BIOÉTICA E A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE FRENTE À SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER IDOSA
Palavras-chave:
Vulnerabilidade Social, Violência contra a Mulher, BioéticaResumo
Introdução: A violência contra a pessoa idosa é um importante problema de saúde pública. O estado atual de conhecimento sobre este tema é escasso, ainda mais quando a temática aborda a habilidade do profissional da saúde de conduzir o caso. O Tema deste trabalho é identificar dificuldades na atuação dos profissionais da saúde frente a este tipo de situação. Objetivo: identificar as dificuldades na atuação dos profissionais de saúde diante de casos de suspeita de violência, identificar e relacionar a notificação dos casos de violência com a formação sobre este tema. Justificativa: O envelhecimento populacional traz consigo a necessidade crescente de discussões acerca dos aspectos bioéticos que envolvem os direitos humanos voltados à pessoa idosa, uma vez que estas fazem parte de um grupo de maior vulnerabilidade e, portanto, mais predisposto à exclusão social. Metodologia: realizada pesquisa quantitativa exploratória, de caráter investigativo, com aplicação de questionário online estruturado a profissionais da área de Geriatria e Gerontologia do Paraná. Hipoteses: Aventa-se que a mulher idosa tenha vulnerabilidade moral e social exacerbada pela sua própria condição, e por isso, seja mais suscetível a todo tipo de violência. Visto que há a subnotificação, acredita-se que há provável dificuldade do profissional médico em identificar a vulnerabilidade da mulher idosa, saber como conduzir e notificar tais casos. Resultados e discussão: O total de participantes foi de 34. Quanto ao tipo de violência sofrida: 66,7% patrimonial; 63,3% física; sexual 20%; psicológica 86,7%. Os agressores são pessoas próximas como os filhos e marido, em 67,6% dos casos. Na pergunta “Sentiu distresse moral ou algum tipo de desconforto frente à essa situação?”, as respostas demonstram que os profissionais se sensibilizam e não são indiferentes às violências. Sobre a atuação diante do caso, 21 profissionais conseguiram conduzir os casos até um órgão responsável, sendo que os profissionais com menor tempo de atuação tiveram melhor desempenho. No questionamento: “Já passou por algum tipo de treinamento para atuar diante de situação de violência contra mulher idosa?”, 80% responderam “Não”; 20% responderam “Sim”. A formação continuada dos profissionais mostrou-se uma estratégia eficaz no encaminhamento dos casos de violência. Considerações Finais: É necessário que as instituições de proteção aos idosos criem mecanismos para que os profissionais de saúde possam atender, encaminhar ou denunciar situações de violência. As mulheres idosas precisam ter sua dignidade e seus direitos garantidos.