DIREITOS HUMANOS VÊM DO BERÇO E DO BERÇO A CRIANÇA GRITA POR ELES

ESCUTA?

Autores

  • Eliana Sampaio Romão Universidade Federal de Sergipe
  • Thales Sampaio Romão Loures

Palavras-chave:

PALAVRAS-CHAVE. Criança; Infância; Direitos Humanos; Educação Infantil;

Resumo

Crianças! Nunca sabemos entrar no movimento de idas e vindas de seus desejos, de suas expectativas, de suas decisões, de seus pensares, seus perguntares, de seus dizeres, de seus fazeres, de seus direitos. Nunca sabemos enxergar a verdade que a criança traz consigo. E, sequer, se colocar no lugar da criança. Ah, se o adulto soubesse ao menos aguçar suas lembranças de quando foi criança e escutar os queixumes inocentes que traz consigo na "gaveta dos guardados"? A cada canto, a cada travessia, a cada travessura chega a gritar por seus direitos desde bebê, ainda no berço, ou na rede, ou no colo da mãe que nunca lhe falta. Direitos roubados, direitos chorados, direitos esquecidos. Este estudo discute, a partir de fragmentos da história social da criança, seus direitos e suas urgências de vida. Direitos tantos que vêm do berço – direito de nascer, direito de aleitamento, direito de ficar de pé, de andar, de falar, de desobedecer. Houve época em que a mortalidade infantil causava assombro. Criança mal nascida, criança “tão mal entrada na vida”. Centenas delas sem direitos, sequer de nascer, ser bebê, de ser criança e viver sua infância. Direito de ter acesso à educação e experimentar a felicidade de descobertas. O presente trabalho se justifica, pois, ao dirigir o olhar para criança como sujeito de culturas, de autorias, de direitos ao chegar na vida adulta será tanto mais cidadã partícipe da vida em sociedade. O que se faz hoje com a criança determina o que será feito desta criança amanhã. Esse reconhecimento avança, mas ainda está longe de tecer os fios que fazem o tear de uma nova pedagogia da infância. Indaga-se: Os direitos da criança são levados a sério? A história de vida e de educação da criança, mostra que a dívida dos grandes e responsáveis pela criança é gigantesca, em que pese suas modestas conquistas, a partir do século XIX, na sua condição de ser brincante, que vive, ou deveria viver, sua infância sem pressa. Infância como descobrimento diário do mundo. Muitos dos fios que tecem a história aqui em pauta, no entanto, foram tecidos, mais do que se difunde, por negligências, “extravagâncias e erros” em abundância. Exige-se que esta história seja reparada e debulhada sem pausa para que novos contos sejam contados, sem ficar à margem da voz, em narrativas, da criança. A trilha metodológica, de índole qualitativa, privilegia a narratividade de autoria da criança na travessia da educação infantil para o ensino fundamental. Tem como premissa: Direitos Humanos vêm do berço e do berço a criança grita por eles. Escuta?

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO P19 - DIREITOS HUMANOS E EDUCAÇÃO, PESQUISA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES