ACESSIBILIDADE DIGITAL ENQUANTO DIREITO HUMANO

DIÁLOGOS SOBRE A USABILIDADE DE DISPOSITIVOS E DE ESTRATÉGIAS ACESSÍVEIS COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Autores

  • Raquel Amorim de Souza Cavalcante Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA; ACESSIBILIDADE DIGITAL; DIREITOS HUMANOS; RECURSOS TECNOLÓGICOS.

Resumo

O presente texto é um recorte de uma dissertação de mestrado na área da educação cujo foco central é discutir sobre a acessibilidade digital enquanto um Direito Humano. O problema da pesquisa está circunscrito às seguintes questões: Existem dispositivos de acessibilidade digital que possibilitem à pessoa com deficiência o acesso e a usabilidade em ambientes digitais? Como se dá a usabilidade destes dispositivos, eles possibilitam uma autonomia e independência para estes usuários? Esta pesquisa foi realizada no contexto da 14ª Reunião Regional da ANPEd Sudeste, que é uma relevante reunião científica que acontece a cada dois anos no cenário da pesquisa e da pós-graduação em educação que é realizada em várias regiões do Brasil. O objetivo geral desta pesquisa é analisar o papel e a usabilidade dos dispositivos de acessibilidade digital, elaborados para a 14a Reunião Regional da ANPEd Sudeste, como suporte às pessoas com deficiência para participação nos espaços virtuais de forma equitativa. Sendo dois seus objetivos específicos: mapear e descrever as características e funcionalidades dos dispositivos de acessibilidade digital desenhados e utilizados para a 14ª Reunião Regional da ANPEd Sudeste e analisar a usabilidade dos dispositivos desenhados pela Comissão de Acessibilidade a partir da vivência das pessoas com deficiência inscritas no evento. A relevância desse trabalho justifica-se por problematizar o acesso e uso dos recursos e dispositivos de acessibilidade pelas pessoas com deficiência atualmente no contexto dos eventos acadêmicos e científicos. Como procedimento metodológico foi realizado um mapeamento das características e funcionalidades dos dispositivos de acessibilidade digital desenhados e utilizados para a 14ª Reunião Regional da ANPEd Sudeste e uma análise da usabilidade destes dispositivos. Para isto, foram utilizadas duas estratégias: o acompanhamento do trabalho Comissão de Acessibilidade da 14ª Reunião Regional da ANPEd Sudeste e a realização de entrevistas com os participantes com deficiência da Reunião. Foram adotados neste trabalho os procedimentos de entrevista semiestruturada com roteiro de preguntas semiabertas. Como material empírico, foi realizada a sistematização dos dispositivos de acessibilidade digital elaborados pela Comissão de Acessibilidade, dos registros feitos a partir das reuniões da Comissão de Acessibilidade e das transcrições das entrevistas realizadas. Como hipótese inicial consideramos que os dispositivos de acessibilidade digitais num contexto geral são relevantes, mas sua implementação é complexa e difícil, sobretudo no contexto acadêmico e científico. Os estudos realizados até o momento desenham um caminho complexo e contraditório para a autonomia e participação plena das pessoas com deficiência no contexto da cibercultura, mais especificamente nos eventos e
atividades remotas. Nesse caminho percorrido, compreendemos que é possível desenvolver recursos tecnológicos como ferramenta de auxílio às pessoas com deficiência, considerando o direito humano da pessoa com deficiência em pertencer a todos os espaços da sociedade, minimizando assim os processos de capacitismo e exclusão de direitos que permeiam a vida desses indivíduos.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO P21 - EQUIDADE, CIDADANIA, JUSTIÇA SOCIAL