A FEMINIZAÇÃO DA POBREZA NUMA CONJUNTURA BRASILEIRA A PARTIR DO DIREITO AO TRABALHO

Autores

  • Mércia Teodoro Batista Unicamp

Palavras-chave:

FEMINIZAÇÃO DA POBREZA, DIREITO AO TRABALHO, MATERNIDADE SOLO, DESIGUALDADE RACIAL

Resumo

Por uma perspectiva de gênero, raça e classe, aborda-se o conceito da feminização da pobreza, numa conjuntura de que as mulheres são as principais provedoras de grande parte das famílias brasileiras mesmo diante de construções sociais inapropriadas para esse suprimento, como mercado de trabalho precário, marcado pela informalidade e remuneração insuficiente para suprir todas demandas necessárias, consequentemente afetando a sobrevivência, no qual permite a discussão do direito ao trabalho, e a maneira de construção dessas oportunidades laborativas, que possibilitam vulnerabilidades dessas mulheres e suas famílias. Assim, realizar um diálogo entre a feminização da pobreza e a dignidade humana. A temática demonstra-se relevante por apresentar temas atuais, como a disparidade de gênero construída pelo patriarcado, que se intersecciona com a desigualdade racial e social, causada pelo racismo estrutural e pelo sistema capitalista, estruturas consolidadas que demandam discussão, principalmente das problemáticas que são mantidas por causa dessas estruturas, como a feminização da pobreza, que afetam não apenas as condições atuais das famílias que são chefiadas por mulheres inerentes às determinadas precariedades, mas favorece a transmissão intergeracional da pobreza. O artigo não esgota a problemática, até porque é um assunto com diversos desdobramentos, mas é um despertar que possibilita repensar as presentes políticas públicas, como consequência ponderar a permanência e a evolução das estruturas, que afetam principalmente mulheres latinas, negras, pobres, com pouca escolaridade, mães solos, entre outros aspectos. Nesse sentido, o objetivo geral consiste em aludir a feminização da pobreza numa relação com o direito ao trabalho, que se desmembra em dois objetivos específicos, o primeiro, em especificar as mulheres brasileiras que são afetadas por precariedades que englobam o conceito de feminização da pobreza, por fim, compreender como a dignidade humana estaria relacionada com a feminização da pobreza, principalmente nessa conjuntura do direito ao trabalho. A metodologia utilizada consiste numa revisão bibliográfica a partir de dados quantitativos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para tanto, a partir do questionamento, as mulheres que exercem a maternidade solo, consequentemente são as únicas provedoras de seus lares, estão mais propensas ao exercício de trabalhos precários, a hipótese consiste que essas mulheres são marcadas por uma disparidade social, que surge de uma desigualdade racial. 

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On132 - DIREITO DO TRABALHO, FEMINISMO DECOLONIAL E ANTIRRACISMO