O ETNOCÍDIO INDÍGENA DE CAMAÇARI: A ÁRVORE QUE CHORA
Palavras-chave:
ETNOCÍDIO, POVOS INDÍGENAS, CAMAÇARIResumo
O objeto desta pesquisa é o etnocídio indígena na cidade de Camaçari - Bahia/Brasil. O título deste trabalho é uma metáfora ao nome da referida cidade brasileira e foi o tema estudado no mestrado em Cultura de Paz, Educação, Conflitos e Direitos Humanos, na tese apresentada através da Universidade de Málaga - Espanha, em 2022. A etimologia da palavra Camaçari vem da língua tupi-guarani, o nome foi dado pelos indígenas Tupinambá, os primeiros habitantes da cidade e significa árvore choro, devido às gotas que cobrem as folhas da vegetação durante a noite. Portanto, a metáfora é utilizada para ilustrar um choro, de todas as situações que ferem a dignidade humana dessa minoria étnica. A relevância desse tema é de grande importância não só por causa de todo o apagamento cultural que os povos indígenas sofreram e sofrem no Brasil, mas para que a nova geração tenha um maior sentido de pertencimento. A metodologia utilizada foi empírico-teórica e a pergunta norteadora deste trabalho foi: “Por que os cidadãos da cidade de Camaçari não sabem de que etnia são oriundos, apesar de ser uma cidade indígena?” A hipótese inicial foi o etnocídio, também chamado de genocídio cultural, estudado pela primeira vez na obra de Robert Jaulin, antropólogo francês, em um livro intitulado "La paix blanche: introduction à l'ethnocide", em 1970. A colonização foi um movimento extremamente violento e contribuiu e continua a contribuir para a formação dos elevados índices de desigualdade e pobreza no mundo, com vários grupos socialmente excluídos e os seus conhecimentos, saberes e culturas totalmente esquecidos e apagados. "O dominante na perspectiva de nos tornar um povo sem memória, sem história e, consequentemente, sem sentido de pertença. É uma estratégia cruel e perversa em relação aos povos indígenas, mas também em relação aos afro-descendentes e aos povos de origem africana.” (Entrevistado - E1). Ao pesquisar sobre este tema, o objetivo não é resolver um problema social tão profundo e complexo, mas lançar luz sobre o que acontece atualmente com os povos indígenas no Brasil.