SAÚDE, ADOECIMENTO E DIREITOS HUMANOS
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DAS POPULAÇÕES REMANESCENTES, EM CRUZEIRINHO DE CIMA, NO NOROESTE FLUMINENSE
Palavras-chave:
Saude, adoecimento, povos quilombolas, Direitos HumanosResumo
Este artigo tem como objetivo investigar a relação entre saúde, adoecimento e direitos humanos nas populações remanescentes de Cruzeirinho de Cima, localizado no Noroeste Fluminense. A pesquisa se baseia na relevância temática de compreender as condições de saúde e a garantia de políticas públicas no enfrentamento das doenças por essas comunidades tradicionais, além de analisar a garantia e efetivação dos direitos humanos nesse contexto. A justificativa para o estudo se dá pela necessidade de evidenciar a situação de saúde dessas populações remanescentes, que enfrentam desafios socioeconômicos e estruturais, além de serem frequentemente marginalizadas. A abordagem dos direitos humanos se torna fundamental, uma vez que essas comunidades possuem direito à saúde e devem ser amparadas por políticas públicas que visem à igualdade e ao acesso universal aos serviços de saúde. A pesquisa adotou uma metodologia qualitativa, utilizando questionários e entrevistas semiestruturadas para coletar dados sobre a saúde, o adoecimento e as percepções das populações remanescentes de Cruzeirinho de Cima. Foram aplicadas cerca de 35 entrevistas junto aos moradores, levando em consideração aspectos como sexo, faixa etária, ocupação e nível de escolaridade. Também foram realizadas análises socioeconômicas, considerando renda e acesso a serviços básicos, como saneamento e água encanada. As hipóteses iniciais da pesquisa indicavam a existência de desafios significativos em relação à saúde e ao adoecimento nessa população, assim como a necessidade de uma abordagem baseada nos direitos humanos para promover a justiça social e a igualdade de acesso aos serviços de saúde. Os resultados parciais obtidos até o momento demonstram uma prevalência significativa de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, entre os moradores de Cruzeirinho de Cima. Além disso, a doença falciforme também foi identificada como uma questão relevante nessa comunidade. Esses resultados destacam a importância da perspectiva dos direitos humanos na abordagem da saúde e do adoecimento dessas populações mais vulneráveis. É fundamental promover políticas públicas que garantam o acesso igualitário aos serviços de saúde, bem como fortalecer ações de prevenção, educação em saúde e atendimento adequado às necessidades específicas dessas comunidades. Conclui-se que a pesquisa em andamento reforça a importância de uma abordagem integral da saúde, considerando não apenas os aspectos clínicos e epidemiológicos, mas também os direitos humanos e a valorização das particularidades culturais e sociais das populações remanescentes.