ECOFEMINISMO SOB A PERSPECTIVA DA POBREZA MENSTRUAL NOS PAÍSES EMERGENTES

Autores

  • Isabela Brettas Universidade de Ribeirão Preto
  • Livia Abud da Silva Greggi Universidade de Ribeirão Preto

Palavras-chave:

ECOFEMINISMO, POBREZA MENSTRUAL, MULHERES, DIREITOS HUMANOS

Resumo

O presente artigo tem como escopo abordar as linhas de raciocínio do ecofeminismo, como vertente do movimento feminista que expressa a intercomunicação da resistência de luta de gênero, perante a dominação patriarcal capitalista na Natureza de países emergentes. Tais vieses se concretizam na luta contra a violação dos direitos humanos, a fim de investigar as escassas políticas públicas com a dignidade menstrual e o ambientalismo. A princípio, será disciplinado sobre o surgimento dessa vertente nos anos 70 e as memórias que se estigmatizam no movimento feminista, uma vez que a ligação da deterioração ambiental resulta em consequências materiais à mulher, em específico, a sua saúde menstrual. Para as ativistas ecofeministas, a busca insaciável pelo lucro que o capitalismo proporciona é fonte de uma ideologia de retorno comercial imediato, fazendo com que preocupações com direitos humanos e dignidade da pessoa humana, sejam negligenciados quando não protótipos de dinheiro. Partindo de uma análise bibliográfica e documental sobre a temática, considera-se as diversas formas de expressão inseridas dentro da própria corrente fundamentalista do ecofeminismo, na medida que o ecofeminismo clássico, espiritualista e construtivista se desenvolveram singularmente, mas com o mesmo foco em desmistificar a opressão ecológica de gênero, raça, classe social e etnia. Posteriormente, mesmo sob diferentes óticas e amadurecimento ideológico, permite-se o alicerce dos direitos que deveriam ser fornecidos à pessoa humana, enquanto pertencente a uma estrutura civilizacional, como por exemplo, a pobreza menstrual sendo uma omissão ao direito à saúde, o qual está previsto na segunda dimensão dos direitos sociais. Percebe-se que a situação retratada se agrava principalmente nos países em desenvolvimento. Ademais, nesse cenário, é nítido que os produtos específicos para a menstruação, ainda que essenciais para a saúde da mulher, são sujeitos a tributação na maior parte dos países referidos, tornando-os ainda mais inacessíveis. Uma solução para o problema não se encontra em fácil alcance, haja vista que, por serem de uso recorrente, dependem de um fornecimento constante, inibindo a criação de políticas públicas efetivas sobre o assunto. Pesquisas realizadas pelo Instituto Akatu demonstram que mulheres podem vir a utilizar, em média, até 15 mil absorventes de uso único ao longo de sua vida. Nota-se que, além da problemática de acessibilidade, não se pode ignorar o impacto ambiental decorrente deste descarte e a banalização do ecofeminismo. Em conclusão, torna-se imprescindível o desenvolvimento de políticas públicas que dialoguem o capitalismo com a ecologia, como por exemplo, a distribuição de coletores menstruais, calcinhas absorventes e absorventes reutilizáveis. É evidente que tal substituição apresenta dificuldades de se concretizar, em razão dos altos preços, tributos e da dependência de higienização. Este, denota um desafio central para a população de países emergentes que estão sujeitos a saneamento básico precário.

Biografia do Autor

Livia Abud da Silva Greggi, Universidade de Ribeirão Preto

Graduanda em Direito na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Email: livgreggi@gmail.com

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On83 - MULHERES: RESISTÊNCIAS, LUTAS E MEMÓRIAS