FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL EM E PARA OS DIREITOS HUMANOS
UMA EXPERIÊNCIA NO CENTRO DO BRASIL
Palavras-chave:
EDUCAÇÃO INFANTIL, EDUCAÇÃO EM E PARA OS DIREITOS HUMANOS, FORMAÇÃO DE PROFESSORESResumo
Apresenta-se aqui os resultados de uma incursão científica/ metodológica em e para a Educação em Direitos Humanos realizada no componente curricular Estágio Supervisionado para a Educação Infantil. A propositura foi realizada com alunos do curso de Pedagogia oferecido pela Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Inhumas, no ano de 2022, com crianças de 04 e 05 anos de idade em uma Unidade Escolar Pública Municipal na cidade sede da unidade acadêmica. A abordagem foi possível a partir da compreensão do estágio supervisionado como um momento constitutivo de identidade profissional do aluno/aprendiz, que se soma a trajetória pessoal e a formação científica. Posto isto, através da epistemologia sobre Educação em Direitos Humanos buscou-se articular a práxis do componente curricular em questão em uma perspectiva de uma educação que contribua para o exercício da cidadania, bem como a construção de uma sociedade com dignidade humana. Tal asserção incide na construção da identidade de professor e da sua ação em seus espaços de atuação, permitindo assim depreender um compromisso coletivo entre os trabalhadores do espaço escolar e, fundamentalmente, entre as crianças que acessam a etapa da educação infantil em uma perspectiva democrática e digna. Assim em um primeiro momento os alunos/aprendizes realizaram estudos teóricos tendo como referência os escritos de Sacavino (2009), Monteiro e Pimenta (2013) e Candau (2013), fizeram a leitura crítica de documentos como a “Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)”, “Declaração Universal dos Direitos das Crianças (1959)” e “Estatuto das crianças e Adolescentes (1990)”. Na sequência, com o auxílio da literatura de Ruth Rocha em seu livro “Os Direitos das Crianças”, as crianças foram apresentadas aos conceitos essenciais das legislações, e realizaram atividades lúdicas articulando conhecimento e suas ações no cotidiano, como por exemplo, os direitos a educação, saúde, segurança e lazer. O projeto foi organizado com agrupamentos de três alunos/aprendizes com um encontro semanal nas salas de aulas da instituição educacional municipal ao longo dos meses de setembro, outubro e novembro. Em cada fase da execução do projeto, que consistia na apresentação dos direitos, eram elaborados os registros das compreensões das crianças sobre o tema abordado. Como finalização do projeto a escola promoveu um momento de socialização das produções dos alunos e contou com apresentações artísticas e a presença dos familiares. Na Universidade realizou-se uma mostra de curtas metragens com a exibição da proposta do projeto e das produções realizadas pelas crianças na instituição escolar, momento acompanhado pela comunidade acadêmica, sociedade civil e profissionais da educação. Compreende-se que através da abordagem epistemológica foi possível contribuir para que a Educação em e para os Diretos Humanos possa ser viabilizada nos espaços de formação e atuação do professor, e, contribuir para novas atitudes das crianças desde os primeiros anos de socialização e conhecimento. Com isso é possível afirmar que através da proposta pode-se contribuir substancialmente com a sociedade mudando assim a compreensão sobre democracia e dignidade humana desde a educação infantil.