O PROTAGONISMO E A ADESÃO AOS VALORES MORAIS EM ADOLESCENTES

DIREITO À UMA EDUCAÇÃO PARA A CONVIVÊNCIA ÉTICA

Autores

  • Sanderli Bomfim FCLAr - UNESP

Palavras-chave:

BULLYING, VALORES MORAIS, ADOLESCENTES, EQUIPES DE AJUDA, CONVIVÊNCIA ESCOLAR

Resumo

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem como direitos fundamentais garantidos o direito à vida, à saúde e à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer e à profissionalização. Segundo o ECA, “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”. A escola, portanto, está implicada em oferecer uma educação que vise não apenas os aspectos pedagógicos e acadêmicos, mas também aqueles relacionados à formação social, moral e ética. Não é esta uma tarefa fácil. A escola precisará empenhar-se em compreender os aspectos da convivência e da formação humana e quais estratégias formam para valores morais e éticos, através de uma participação democrática, participativa e protagonista na escola. Pesquisas no mundo todo têm indicado o quanto ações de protagonismo entre pares no ambiente escolar tem caráter formador, protetivo para uma convivência cuidadosa e ética. Assim, a presente pesquisa, de caráter exploratório, teve como objetivos: 1.comparar o modo de adesão a valores morais – o respeito, a justiça e a solidariedade – entre três grupos de jovens: o primeiro formado por alunos(as) membros de um tipo de Sistema de Apoio entre Iguais (SAI) - as  Equipes de Ajuda (EAs), o segundo comporto por alunos(as) de escolas que tem esse tipo de SAI implantado mas que não fazem parte da EA e o ultimo grupo por alunos(as) de escolas que não tem as EAs implantadas; 2.verificar se a adesão ao valor do respeito em situações hipotéticas de bullying está mais relacionada à adesão ao valor da justiça ou da solidariedade; 3.verificar se existe diferença nessa relação para supostas situações de respeito em que há bullying e em que não há; e, por fim, 4.analisar se há diferenças nas respostas em relação ao gênero. Nossa amostra, formada por 2513 adolescentes dos Anos Finais do Ensino Fundamental de escolas paulistas brasileiras, responderam a um questionário composto por perguntas fechadas e dividido em duas partes. A primeira englobou questões de caracterização, na qual se inseriu também a frequência de bullying e a variável participar ou não das Equipes de Ajuda. A segunda parte contou com uma adaptação do instrumento validado pela Fundação Carlos Chagas que investigou a adesão aos valores morais da justiça, respeito, solidariedade e convivência democrática. Os dados apontaram que alunos(as) participantes de EAs apresentaram níveis de melhor adesão aos valores em questão e que a adesão ao valor do respeito está mais relacionada ao valor da solidariedade do que à justiça. As análises com relação ao gênero apontaram que são as mulheres que compõem a maioria daqueles que fazem parte das Equipes de Ajuda. Essa pesquisa veio somar-se aos esforços de se compreender a adesão aos valores morais em adolescentes, bem como de apresentar uma estratégia eficaz de fomentar tais valores nos jovens que atuam de maneira protagonista e cuidadosa na convivência e, também, naqueles que participam de ambientes onde os SAIs estão implantados.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On100 - CRIANÇAS E ADOL., AT. NA CONST. DE UMA POL. PUB. DE CONV. ESC.