O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO EM ADOLESCENTES COMO DIREITO HUMANO

UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA CONVIVÊNCIA E PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR

Autores

  • Vitória Hellen Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Palavras-chave:

SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO, CONVIVÊNCIA ESCOLAR, ADOLESCENTES, EQUIPES DE AJUDA

Resumo

O presente resumo caracteriza-se um recorte de uma investigação de mestrado em andamento, que analisa o ambiente escolar como qualificado por círculos sociais de convivência, responsável por gerar um sentimento de pertença derivado da vivência em comunidade, permitindo a construção de raízes profundas ao espaço de pertencimento, essenciais ao desenvolvimento das pessoas. Pesquisas apontam o sentimento de pertencimento como um elemento fundamental de adaptação de adolescentes a novos espaços, além disso, esse sentimento de pertença em sala de aula está relacionado com o clima escolar positivo, caracterizado a partir de relações democráticas e respeitosas, por existir uma correlação entre sentirem-se pertencentes, logo respeitados, seguros e valorizados. Estudos demonstram que a ausência desse sentimento de pertencimento entre os adolescentes pode se associar a uma série de consequências negativas, dentre elas, um comportamento agressivo ou violento, dificuldades na regulação do afeto, diminuição da capacidade de resposta empática e sofrimento emocional. Ou seja, garantir que adolescentes tenham de forma sistemática e intencional ações que lhes proporcionem participação ativa na tomada de decisões, engajamento social e luta por direitos humanos, melhora a qualidade da convivência escolar, logo, atua como mecanismo de promoção da boa convivência e prevenção às violências. Um exemplo de programa sistemático, planejado e intencional é a Equipe de Ajuda, um tipo de Sistema de Apoio entre Iguais (de origem espanhola), adaptado desde 2015 para a realidade brasileira. Programas de intervenção pensados de modo a contribuir com o clima positivo do ambiente escolar podem servir como suporte adicional para favorecer o desenvolvimento do sentimento de pertença pelos alunos, o que culmina em uma cultura escolar que facilite as relações interpessoais mais próximas e promova a convivência entre os alunos e destes com os demais membros da comunidade escolar, prevenindo e combatendo a violência. Nesse sentido, nosso estudo objetiva investigar o sentimento de pertencimento manifestado entre adolescentes de escolas públicas e particulares e suas implicações ao ambiente escolar. Para tanto, nossa amostra será escolhida por conveniência e composta por adolescentes, meninas e meninos, do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental: Anos Finais, de escolas públicas e particulares brasileiras. O instrumento utilizado será um questionário disponibilizado online, composto por perguntas fechadas divididas em dois conjuntos de itens. O primeiro conjunto será composto por 8 questões de perfil dos estudantes: se a escola em que estuda é pública municipal; pública estadual ou particular, se possui Equipes de Ajuda, idade, série/ano em que estuda, cor/raça, nacionalidade, condição de deficiência e gênero. O segundo conjunto consistirá em questões que investiguem o sentimento de pertencimento manifestado entre adolescentes de escolas públicas e particulares, através de 14 itens em que as respostas referem-se a concordância em cinco níveis de escala Likert. Ainda não obtivemos resultados parciais, haja vista a pesquisa estar em andamento, mais especificamente na fase de coleta de dados. Contudo, temos por hipótese que adolescentes que fazem parte de um Sistema de Apoio entre Iguais – as Equipes de Ajuda – possuem maiores escores de sentimento de pertencimento ao ambiente escolar.

Biografia do Autor

Vitória Hellen, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara

Mestranda em Educação Escolar pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar, da Faculdade de Ciências e Letras, campus de Araraquara (UNESP/FCLAR), com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (UNESP/FCLAR). Foi aluna bolsista do grupo PET Pedagogia - Programa de Educação Tutorial MEC SESu, bolsista de Iniciação Científica, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, sob processo nº 2020/16345-0 e pesquisadora-bolsista pelo Programa de Formação e Mentoria em Pesquisas sobre Equidade na Educação, do Centro Lemann de Liderança para Equidade na Educação. Atuou como Auxiliar de Classe / Professora de Apoio Pedagógico na Cooperativa Educacional de Araraquara (Coeducar), nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, é estudante-pesquisadora do GEPEM - Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral. Desenvolve estudos e pesquisas com a temática do desenvolvimento moral, convivência ética, bullying escolar, sofrimento emocional e sentimento de pertencimento.

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On100 - CRIANÇAS E ADOL., AT. NA CONST. DE UMA POL. PUB. DE CONV. ESC.