O DIREITO À PROTEÇÃO DE DADOS DO TRABALHADOR COMO UM DIREITO FUNDAMENTAL NA ERA DA REVOLUÇÃO 4.0

APESAR DE “INVISÍVEL” O CONTROLE NUNCA FOI TÃO EFICIENTE

Autores

  • Débora de Jesus Rezende Barcelos Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • André Bragança Brant Vilanova Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Palavras-chave:

Indústria 4.0, Trabalho, Manipulação, Proteção de Dados

Resumo

A evolução da tecnologia ao longo dos anos inaugurou uma nova era no mundo do trabalho marcada pela chamada Indústria 4.0, termo cunhado pelo governo Alemão, ou a Quarta Revolução Industrial, expressão utilizada pelos participantes do Fórum Econômico Mundial de Davos. Basicamente, o termo se refere ao atual cenário econômico marcado por um conjunto de tecnologias inovadoras como a inteligência artificial, os algoritmos, a nanotecnologia e as plataformas digitais, cujo destaque vai para as famosas redes sociais. Nesse cenário, chama-se atenção para a democratização do acesso à internet e a informação, que permite aos trabalhadores ficarem cada vez mais conectados. No entanto, essa tecnologia, que tinha tudo para ser emancipadora carrega em si uma grande contradição, pois, ao mesmo tempo em que liberta, permitindo o acesso em tempo real a todo e qualquer tipo de informação, também aprisiona, possibilitando um mapeamento completo de toda a personalidade do trabalhador e um controle detalhado de sua vida para muito além do trabalho: suas convicções, seus sonhos, seus desejos, sua visão política, etc. Os trabalhadores, então, passam a ser cada mais alienados e mais vigiados, tornando-se verdadeiros “fantoches” de um sistema “invisível” que opera através da captura internacional de dados para a manipulação de massas: o chamado Big Data. Através do Big Data é possível até mesmo “prever”, como se estivéssemos em um grande jogo de xadrez, os próximos movimentos do trabalhador, para, por conseguinte, mudá-los e amoldá-los conforme os interesses da empresa. Diante desse cenário e, partindo da hipótese inicial da utilização de dados como ferramenta de controle, o presente trabalho tem como objeto averiguar, na proteção de dados do trabalhador, uma ferramenta para conter a superexploração hegemônica. Dentre os objetivos do trabalho, procura-se fazer uma demonstração dos benefícios e dos malefícios da inovação tecnológica, seguindo pelo estudo da necessidade de proteção de dados como um direito humano fundamental do trabalhador para, posteriormente, passar à análise da legislação brasileira e europeia na tentativa de encontrar saídas contra o controle generalizado. A pesquisa se utilizará da metodologia da pesquisa bibliográfica e da análise comparada da legislação de proteção de dados brasileira e europeia, além das normas internacionais de direitos humanos.

Biografia do Autor

Débora de Jesus Rezende Barcelos, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Mestre em Trabalho, Democracia e Efetividade no Programa de Pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais com bolsa de pesquisa do CNPq. Pós-graduada lato sensu em Direito do Trabalho e Previdenciário pela mesma instituição. Bacharel em Direito pela Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Professora no curso de graduação em Direito do Centro Universitário UNA e da Faculdade Facminas. Advogada. Pesquisadora. Autora de livros e artigos jurídicos. Palestrante. E-mail: deboradejesus.barcelos@gmail.com

André Bragança Brant Vilanova, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Doutor em Direito Processual pelo Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PPGD - PUC Minas (Capes 6), na linha de pesquisa O Processo na construção do Estado Democrático de Direito (2017-2020). É mestre em Direito Processual pelo Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PPGD - PUC Minas (Capes 6), na linha de pesquisa O Processo na construção do Estado Democrático de Direito (2009-2010). É especialista em Direito Processual pelo Instituto de Educação Continuada da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - IEC - PUC Minas (2004-2005). É graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Coração Eucarístico (1999-2003). Atualmente, é professor Adjunto I concursado da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais nos campi de Betim e de Contagem, tendo atuado no Instituto de Educação Continuada da PUC Minas - IEC Pucminas . É advogado com atuação na área cível, processual civil e de acidente do trabalho. Foi membro do colegiado do curso de Direito da PUC Minas no campus Serro no biênio 2011 - 2012. E-mail: andrebbv@gmail.com

Publicado

03.10.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO P27 - OS DESAFIOS E AS CONT. DA INTELIGÊNCIA ART. PARA O MUNDO DO TRAB.