A CRISE YANOMAMI

A CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES MULTINACIONAIS E AS POSSIBILIDADES JURÍDICO-POLÍTICAS PARA UMA NOVA AGENDA EXISTENCIAL

Autores

  • Filipe Aquino Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
  • Isadora Sousa Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Palavras-chave:

YANOMAMI; MEIO AMBIENTE; DIREITOS HUMANOS; GEOPOLÍTICA; JUSTIÇA

Resumo

Resumo: O presente trabalho propõe uma análise social, econômica, cultural e legal acerca da crise humanitária vivida pelo povo yanomami no Brasil e noticiada no início de 2023, quando da mudança de comando no Governo Executivo. A partir das bases principiológicas do Direito Ambiental, busca-se estabelecer conexões que investiguem a construção da ideia de um meio ambiente saudável, conforme prescreve a Constituição brasileira de 1988 e suas interseccionalidades com a Economia, com a Sociologia e com a Ciência Política. Exploram-se algumas ideias desenvolvimentistas e suas relações com o meio ambiente, tendo como base a imprescindibilidade da valoração positiva da dignidade da pessoa humana. O recorte dos Yanomami, povo tradicional e que vive em contato direto com a riqueza da biodiversidade brasileira, é tomado como exemplo de uma comunidade que necessita de proteção legal de um lado e, de outro, como amostra sintomática de como o Governo e o Estado brasileiros podem tratar, desrespeitar e inferiorizar populações vulneráveis e seus recursos e riquezas naturais. Este texto objetiva averiguar o estado atual das vulnerabilidades e proteções indígenas e a conjuntura da biodiversidade nacional, escrutinando em que medida o arcabouço protetivo se aproxima ou se distancia dos ideais da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável. Outrossim, busca-se examinar as tessituras que constroem os direitos fundamentais brasileiros, especialmente no diálogo com os povos tradicionais, tendo o meio ambiente e os direitos humanos como pontos nodais. Considerando como hipótese inicial que o recorte proposto representa a reiteração da pobreza e da exploração social, econômica e ambiental como forma de manutenção da renovação capitalista pós-moderna, busca-se, à luz dos direitos humanos, diálogos construtivos com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030, especialmente no que diz respeito à erradicação da pobreza em todas as formas e em todos os lugares (ODS no.1), às ações contra a mudança global do clima e seus impactos nesses esforços transdisciplinares (ODS no.13) e aos esforços na promoção da paz, da justiça e no fomento de instituições eficazes, eficientes, pacíficas, presentes e inclusivas como forma de promover um desenvolvimento sustentável (ODS no.16).

Biografia do Autor

Filipe Aquino, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Graduado em Comunicação Social e em Direito. Publicitário, advogado, especialista em Gestão em Comunicação e Marketing pela Universidade Ceuma (UniCeuma), mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutor em Sociologia na Universidade do Porto (UPorto - Portugal). Analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MA). Tem interesse e pesquisa sobre Direito, Comunicação e as relações das áreas com a Ciência Política e a Sociologia e, em especial, sobre a temática da produção de sentido, direitos humanos, direitos fundamentais, análise de imagem e do discurso, consumo, publicidade, propaganda, estética e ecologia política. Atualmente, é mestrando em Direito e em Instituições do Sistema de Justiça (Ufma-MA). É integrante do grupo de pesquisa Cultura, Direito e Sociedade: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2560589368313720

Isadora Sousa, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Mestranda em Direito (UFMA). Integrante do Núcleo de Estudos "Cultura, Direito e Sociedade". Pós-Graduanda em Direito Civil e Processo Civil (LEGALE). Especialista em Direito Público (DAMÁSIO). Bacharela em Direito (UFMA). Advogada licenciada.

Publicado

23.11.2023

Edição

Seção

SIMPÓSIO On50 - GEOPOLÍTICA, DIREITOS HUMANO E SISTEMAS DE JUSTIÇA