JUVENTUDES E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
ESTUDOS NA GRANDE ÁREA DA EDUCAÇÃO
Palavras-chave:
PARTICIPAÇÃO SOCIAL, JUVENTUDES, EDUCAÇÃO, PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, JUSTIÇA SOCIALResumo
A partir do início dos anos 2000, as pesquisas relacionadas às juventudes no Brasil passaram a ser difundidas de modo que a juventude em sua pluralidade emergiu como importante objeto de análise em diversos grupos de estudos em Programas de Pós-Graduação na Grande Área da Educação. O Estatuto da Juventude, instituído no Brasil através da Lei Nº 12.852, de 5 de agosto de 2013, apresenta como um de seus princípios a participação social e política dos jovens de forma direta e por meio de suas representações. É neste contexto que se realiza o presente estudo exploratório, a partir de uma pesquisa bibliográfica, com a identificação e seleção de dissertações e teses defendidas entre os anos de 2013 e 2022 no repositório digital da CAPES, reconhecido na difusão das produções acadêmicas no Brasil. Propõe-se uma reflexão sobre a maneira pela qual as pesquisas realizadas em Programas de Pós-Graduação em Educação abordam aspectos relacionados à Participação Social das Juventudes no período supracitado. Em um levantamento quantitativo, foram identificadas 622 pesquisas sobre as juventudes em seus mais diversos contextos e apenas 13 pesquisas sobre a participação social na Grande Área da Educação. Estes dados apontam que a temática das juventudes tem despertado o interesse acadêmico nos últimos anos, ao passo que a perspectiva da participação social permanece como um campo a ser explorado, especialmente diante de uma ideia socialmente difundida, porém equivocada, de que há pouca participação dos jovens na contemporaneidade quando comparada com outras gerações. Ainda que as pesquisas apontem para poucos trabalhos a nível de Mestrado e Doutorado que possibilitem para uma aproximação entre estes conceitos, algumas pesquisas acompanharam as experiências juvenis a partir de narrativas que abordaram as diversas relações estabelecidas por meio de vínculos afetivos reais e virtuais e os sentidos das experiências juvenis nas cidades e em espaços formais e não formais de educação como possibilidades para a participação social. No caso do Brasil, aspectos da emancipação humana, formação política e processos socioeducativos das juventudes repercutem em engajamentos e movimentos isolados. A participação social nesta faixa etária caracteriza-se como um fenômeno decorrente de objetivos bastante específicos, os quais se desfazem com a mesma fluidez com a qual os jovens se mobilizaram. No campo da educação e de suas interfaces, a abordagem da participação social pode contribuir em aspectos relacionados à justiça social, considerando o tripé do reconhecimento, da redistribuição e da representação. Quando pesquisada a partir das experiências juvenis, repercute de maneira a romper com a ideia de que o jovem não participa ativamente dos processos decisórios em questões pertinentes às suas trajetórias de vida. Cabe ainda refletir sobre qual modelo de participação social está abordado nas pesquisas acadêmicas. Diversas denominações, tais como participação cidadã, comunitária, democrática, entre outras, dificultam um encontro mais preciso com estudos relacionados à participação social. Deste modo, verifica-se uma lacuna em uma discussão necessária, que requer maiores contribuições acadêmicas, desde uma definição conceitual mais específica acerca da participação social ao seu reconhecimento como um dos princípios ratificados pelo Estatuto da Juventude.